Por Dr Walid El Andere
CRMSP 37280.
Estudos mostram que a atividade física regular melhora muito na prevenção da doença cardiovascular, podendo até ser maior que a perda de peso isolada.
A avaliação de pacientes com obesidade e sobrepeso para um tratamento adequado não é tão simples, pois são muito heterogêneos, com histórias familiares diferentes e desfechos diferentes. São doenças crônicas e recidivantes, portanto necessitam de controle por toda a vida. Observamos pacientes com obesidade de diversos graus sem alterações metabólicas ou hipertensão arterial, e por outro lado, pacientes com discreto sobrepeso com depósito de gorduras ectópicas em órgãos, como fígado, pâncreas e coração , onde normalmente não deveriam ali estar.
A mudança de estilo de vida que propomos aos pacientes, incluindo alimentação saudável e atividade física regular é simples na teoria.
Um porcentual muito pequeno de pacientes conseguem tal mudança ao longo da vida. De fato, não é necessário grande perda de peso para se obter melhoras metabólicas significativas. Diabéticos com sobrepeso, que perdem peso, e não são adeptos a atividade física regular ficam mais vulneráveis a terem um acidente cardiovascular.
A perda de peso, o controle metabólico, tratamento das comorbidades aliados a mudança do estilo de vida é o ideal deixando bem claro que é por toda a vida!
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por Dr. Walid El Andere CRM/SP 37280
A tireoidite sub-aguda é uma doença sazonal ocasionada por vírus. Acontece com mais frequência no inverno, quando há maior presença de viroses.
Não era de se estranhar que o novo coronavírus também pudesse causar Tireoidite sub-aguda, a exemplo de outras viroses.
Médicos na Itália relataram recentemente, o primeiro caso de tireoidite sub-aguda após infecção por coronavírus.
Os sintomas são transitórios e característicos com dor na tireoide, principalmente ao toque, na região cervical anterior, abaixo do pomo de Adão; outros sinais e sintomas de hipertireoidismo (taquicardia, tremores de extremidade, calor, suor e perda de peso), também podem ocorrer.
Os exames laboratoriais confirmam os achados clínicos, fechando o diagnóstico com T4 livre elevado, TSH deprimido e marcadores inflamatórios elevados.
O tratamento da tireoidite sub-aguda preconizado é com corticoide, principalmente a prednisona.
Por Walid El Andere, CRM/SP 37280
O que se achava inicialmente que se tratava de uma doença que afetava apenas o pulmão, já se sabe que a COVID19 é uma doença inflamatória sistêmica que afeta múltiplos órgão e vasos sanguíneos, levando a tromboses (coágulos de diversos tamanhos).
Não se trata de uma gripe, mas uma doença nova que fez diversas equipes médicas pelo mundo mergulharem em diversas tentativas de tratamento, que até o momento não se tem nada espetacular. Depende da fase em que a doença se encontra há condutas terapêuticas que ajudam na evolução.
O paciente pode chegar a um estado crítico, principalmente nos indivíduos idosos debilitados e portadores de comorbidades como: diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial etc., onde residem as maiores taxas de mortalidade.
Felizmente, uma grande maioria das pessoas infectadas (mais de 80%) apresentam quadro leve ou até mesmo sem sintomas. Cerca de 15% apresentam a forma grave e 5% a forma crítica da doença.
O diabetes leva a maior suscetibilidade, principalmente os descompensados, com maior utilização de terapia intensiva, com taxas de mortalidade acima de 10%, comparado com indivíduos não diabéticos.
Muitos dos jovens acometidos são obesos, o que nos faz acrescentar a obesidade à lista das importantes comorbidades. Os dados atuais mostram uma relação entre o IMC (índice de massa corporal) e a severidade da doença.
Aprendemos com tudo isso, que devemos controlar as comorbidades não só para uma qualidade de vida melhor, mas para manter a vida!
Por Dr. Walid El Andere
O controle adequado do diabetes tipo 2 (ligados a resistência insulínica) tem sido buscado por diversos endocrinologistas diabetólogos. Infelizmente não dispomos na rede pública dos medicamentos atuais, que são bastante efetivos, para o controle adequado dessa doença. Tratam-se de novas classes de medicamentos que são:
A) Agonistas dos receptores de GLP 1 (Peptídeo semelhante ao glucagon 1)
B) Inibidores de SGLT2 (cotransportadores de sódio e glicose).
Ambas são capazes de reduzir efetivamente a mortalidade nesses pacientes.
Os agonistas de GLP 1 agem principalmente estimulando a liberação de insulina e bloqueando o glucagon, além de inibir o apetite, consequentemente perda de peso. Os efeitos colaterais mais comuns são gasto-intestinais.
Os inibidores de SGLT2 agem diminuindo a reabsorção de sódio e glicose pelo rim, levando a diminuição da pressão arterial, dos níveis de glicose no sangue e perda de peso. Os efeitos colaterais mais comuns são genito-urinários.
Estudos vem sendo feitos para demonstrarem a eficácia desses medicamentos como adjuvantes também em alguns casos de diabetes do tipo 1 (deficiência absoluta de insulina).
por Dr. Walid El Andere CRM/SP 37280
O controle do diabetes é perfeitamente viável com a orientação de diabetólogos. Tudo começa com a mudança viável do estilo de vida, incluindo alimentação saudável e atividade física diária. Chamo a atenção para que os escapes alimentares, com alimentos que para serem feitos levaram açúcar sejam as exceções, em festas por exemplo.
O diabético não pode ter aumento de peso, pois terá outros fatores complicativos. Assim, tudo deverá fazer para perder peso e manter.
Existem medicamentos atuais que melhoram muito o controle da doença e até promovendo proteção cardiovascular.
Mais de 60 % dos diabéticos no Brasil apresentam controle inadequado, com hemoglobina glicada maior que 7%.
Monitorar a glicemia capilar é o meio mais fácil do diabético saber se está indo no caminho correto, e não é necessário em boa parte dos casos, realizar o teste mais de uma vez ao dia. O ideal é o monitoramento glicêmico através de sensor colocado na parte posterior do braço e que propicia a leitura do nível glicêmico com aproximação de um leitor. Atualmente esses sensores duram 14 dias.
Pacientes hipertensos e diabéticos não controlados tendem a ter complicações precoces, como nefropatia (insuficiência renal) e retinopatia diabéticas (problemas de visão até cegueira).
Procure orientações especializadas e viva em paz com seu diabetes controlado!
por Dr. Walid El Andere.
Ontem foi lançado em São Paulo um medicamento que ajudará muito no tratamento do diabetes do tipo 2. Trata-se da Semaglutida ( GLP-1 RA), que já se encontra disponível no mercado brasileiro. Esse medicamento vai muito além do controle da glicemia, através do estímulo à liberação da insulina e bloqueio do glucagon. Promove proteção cardiovascular (diminuindo processo inflamatório e a pressão arterial); perda de peso (ação em vários receptores cerebrais e principalmente no hipotálamo, provocando diminuição do apetite e aumentando a saciedade); diminui a velocidade do esvaziamento gástrico; diminui da gordura visceral com diminuição da produção hepática de glicose; proteção renal (diminuindo o sódio) etc.
O medicamento é ingetável apenas uma vez por semana e já vem pronto para uso. Não deve ser utilizado sem prescrição e acompanhamento médico especialista em diabetes para correta titulação das doses necessárias individualizadas.
Os resultados com o uso desse medicamento são muito promissores, pois promove redução da HbA1c (hemoglobina glicada), redução de AVC (acidente vascular cerebral em 39%), redução de eventos cardiovasculares em 26%.
Por Dr. Walid El Andere
Com o cair da noite os seres humanos produzem a melatonina, que é um hormônio secretado pela pineal. Esta glândula é um órgão neuroendócrino localizada na parte central do cérebro.
A melatonina está relacionada com o preparo do organismo para o sono, para o descanso necessário para que no dia seguinte estejamos bem dispostos. Isso se chama ritmo circadiano ou nictemeral, ou seja, o que acontece com o nosso organismo durante o dia e a noite. O nível do hormônio cortisol é próximo de zero a meia noite e as 8 h. da manhã tem o seu nível máximo, caindo a metade às 16 h.
A quebra do ritmo circadiano seguidamente leva a problemas de saúde, como hipertensão arterial, irritabilidade, distúrbios do peso etc.
Nos tempos atuais com a energia elétrica, as cidades bem iluminadas e também as casas, celulares, tablets, tv etc no período noturno, alteram a liberação da melatonina consequentemente o ritmo circadiano.
Dormir bem quer dizer qualidade de sono, que também está ligada com o tempo de sono, com ideal de 6 a 8 h. por noite. Com a idade esse tempo de sono vai diminuindo.
Já foi demonstrado a relação da claridade com o aumento do peso, diabetes e hipertensão arterial.
Recomendamos uma hora antes de dormir, desligue as luzes centrais de sua casa, deixando apenas as de canto, diminua a luminosidade da Tv e desligue os celulares. Tanto para os adultos como também as crianças. A idéia é liberar a melatonina que só ocorre no escuro.
por Dr. Walid El Andere CRMSP 37280.
Inicialmente devemos aceitar que a obesidade é uma doença e que é facilmente notada por todos. Quando olhamos para um indivíduo caminhando na rua, não podemos dizer se ele tem uma doença crônica como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, glaucoma, gastrite etc. Agora, se um indivíduo tem obesidade ou sobrepeso, logo se vê. É óbvio que isto causa problemas discriminatórios, principalmente entre os jovens.
A obesidade é uma doença e deve ser tratada como tal. Muitos procuram uma solução rápida e permanente, o que seria ideal.
É comum se pensar em mudanças de estilo de vida para tratar obesidade. Isso é importante, mas insuficiente. Não resolve na grande maioria dos casos.
Imaginemos, por exemplo, as seguintes suposições, propor aos hipertensos que faremos o tratamento apenas com exercício e dieta baixa em sódio; ou aos diabéticos exercício e dieta somente. Certamente seria um erro, pois não teríamos sucesso e esses pacientes teriam lesões celulares permanentes.
Não estamos dizendo que dieta e exercícios não contribuem, apenas que essas medidas isoladamente não resolvem.
Assim como tratamos hipertensos, diabéticos, colesterol elevado com medicamentos por toda a vida, devemos tratar também a obesidade com medicamentos por toda a vida.
Estudos mostram que tratar pacientes obesos apenas com mudanças no estilo de vida, a grande maioria volta a ter ganho de peso em pouco tempo.
Quanto mais demoramos para enxergarmos essa realidade, mais pessoas estão deixando de ser tratadas e levando a danos que podem ser irreversíveis.
A incidência de obesidade no nosso país já atinge cerca de 20% da nossa população e mais de 50% dela está acima do peso ideal e esses números estão aumentando. Repito, falar em prevenção, mudança de estilo de vida somente, não está resolvendo.
Doença se trata com intervenção médica, medicamentosa ou cirúrgica.
Os profissionais de saúde são os primeiros que devem mudar os conceitos, e também os órgãos governamentais disponibilizando, principalmente medicamentos, no SUS para tratamento contínuo da obesidade.
Por Dr. Walid El Andere
Ao deparar com um caroço na região inferior do pescoço, logo abaixo da glote (Pomo de Adão), procure um endocrinologista para investigação.
Não morra de preocupação, caso encontre tais nódulos, pois a grande maioria são benignos.
Em geral são não funcionantes (não produzem hormônios em excesso). Para saber, um exame clínico-laboratorial dará essa informação.
A presença do nódulo é diagnosticada pela palpação e principalmente a ultra-sonografia da tireoide.
Nódulos menores de 1 cm devem ser acompanhados para avaliação da velocidade de crescimento desses.
Nódulos maiores de 1 cm possuem indicação de realizar a PAAF ( punção aspirativa com agulha fina). Os casos de câncer tem indicação de
tireoidectomia total.
Os pacientes passam a fazer a reposição com levotiroxina por toda a vida.
por Walid El Andere CRMSP 37280
Saber corretamente o tipo do diabetes do paciente interfere diretamente na forma de abordagem do tratamento, prevenindo complicações precoces da doença.
Basicamente o diabetes é classificado em 5 grupos: Tipo 1 (presença de auto-anticorpos contra as células beta pancreáticas), Tipo 2 (ausência de anticorpos), LADA (diabetes latente autoimune no adulto), MODY (diabetes com início na maturidade em jovens) e Diabetes secundário.
Com base em estudos recentes com GADA ("glutamate acid decarboxylase antibodies") e sequenciamento genético, observa-se que o diabetes do tipo 2 é bastante heterogêneo e onde reside o maior número de casos da doença.
O refinamento na classificação do diabetes tem toda importância, quando o tratamento passa a ser individualizado, focando maior controle dos pacientes que possuem risco de desenvolverem complicações rapidamente.